FCC – Prefeitura de Santos 2005 – Questão 36

36. O ligamento cruzado anterior

(A) intracapsular e extrasinovial e fixa-se medialmente na área intercondiliana anterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral.

(B) intracapsular e intrasinovial e fixa-se medialmente na área intercondiliana anterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral.

(C) extracapsular e extrasinovial e fixa-se medialmente na área intercondiliana posterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral.

(D) extracapsular e extrasinovial e fixa-se medialmente na área intercondiliana posterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral.

(E) intracapsular e extrasinovial e fixa-se medialmente na área intercondiliana posterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral.

LCA

O LCA apresenta um comportamento individualizado, estudos demonstraram grandes variações para sua resistência máxima à tração. O LCA, segundo Hernandez, é responsável por 85% da estabilização anterior do joelho. Caracteriza-se como um ligamento intracapsular e extrasinovial. Fixa-se medialmente na área intercondiliana anterior da tíbia e na face póstero-medial do côndilo femoral lateral. E constituído por dois feixes distintos: um feixe anteromedial menor que fica mais tenso em flexão e outro póstero-lateral mais calibroso que torna-se tenso em extensão. Ele exerce várias outras funções que incluem o mecanismo de trava ou parafuso, o controle dos estresses em varo e em valgo, o controle dos estresses em hiperextensão e uma função de guia durante a flexão e a extensão da articulação tibiofemoral.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A

Alternativa que indico após analisar: A

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 60

60. A ventilação com relação inversa é uma ventilação por pressão positiva, em que o tempo inspiratório iguala-se ou é maior que o tempo expiratório, utilizada basicamente na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) para melhorar a oxigenação. Os modos para instituir a ventilação com relação inversa são:

I. Ventilação ciclada por volume com baixos fluxos. O fluxo é inversamente proporcional ao tempo inspiratório.

II. Ventilação ciclada por volume com fluxo inspiratório rápido e pausa inspiratória. No período de pausa os pulmões permanecem insuflados na ausência de fluxo.

III. Ventilação ciclada por pressão com tempo inspiratório ajustado a um nível desejado, onde se faz o ajuste da pressão necessária para abrir os alvéolos colapsados.

Dentre os tópicos elencados, assinale o(s) que está(ao) correto(s).

(A) Somente o tópico I.

(B) Somente o tópico III.

(C) I e II.

(D) I e III.

(E) I, II e III

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Última questão dessa prova.

A questão é difícil. Mas o próprio enunciado já é uma explicação, ele diz que a respiração inversa iguala ou inverte o tempo expiratório. A relação I:E é de 1 para 2, ou seja a cada um segund inspiração seguem-se dois segundos de expiração.

As três assertivas abrem a possibilidade de se iguala a relação I:E.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E

Alternativa que indico após analisar: E

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 59

59. Algumas doenças podem alterar o padrão respiratório normal tornando-o patológico, como a respiração de Cheyne-Stockes, que é caracterizada

(A) pela alternância entre a contribuição do diafragma e os músculos acessórios durante o trabalho inspiratório.

(B) por respiração periódica com alteração crescente e decrescente da amplitude respiratória (aumento do volume corrente) com intervalos de apneia e hipopneia.

(C) pelo padrão anormal de recrutamento dos músculos inspiratórios, favorecendo o aparecimento de um intervalo de tempo entre os movimentos do tórax e do abdome.

(D) pela depressão abdominal e ampliação do deslocamento do tórax superior durante a inspiração, devido à grande ativação dos músculos acessórios inspiratórios.

(E) por respiração rápida e profunda, com a ventilação por minuto alta.

pulmao

Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza-se por ciclos de hiperventilação e hipoventilação (até apnéia); tal padrão é observado nas lesões hemisféricas bilaterais, principalmente decorrentes de hipoxia. (John Cheyne, médico escocês, 1777-1836)

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B

Alternativa que indico após analisar: B

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 58

58. Antes de iniciar um programa de reabilitação cardiovascular, os pacientes devem passar por avaliações cardiorrespiratórias, cujos resultados fornecem informações sobre suas respectivas condições clínico-funcionais. O teste de caminhada de 6 minutos (TC6MIN) e o Teste de Paschoal são utilizados por fisioterapeutas para avaliar a capacidade funcional dos pacientes. A(s) principal(is) diferença(s) entre os dois testes citados é (são):

(A) com relação ao tempo de execução, no Teste de Paschoal o tempo percorrido é de 12 minutos.

(B) no teste de Paschoal há necessidade do controle dos batimentos cardíacos, para se determinar uma provável intensidade de esforço a ser atingida. Para validação do teste de caminhada de 6 minutos (TC6MIN) não há necessidade desse parâmetro.

(C) no teste de caminhada de 6 minutos (TC6MIN), este será invalidado se a pessoa não atingir um mínimo de 2000 m de distância, já no teste de Paschoal, qualquer distância será considerada.

(D) dependendo da distância percorrida, o Teste de Paschoal já apresenta uma proposta de recondicionamento aeróbio adequado à pessoa avaliada, o que não ocorre com o teste de caminhada de 6 minutos (TC6MIN).

(E) O incentivo para o paciente realizar o teste de Paschoal deve acontecer com maior ênfase, já que a distância é maior.

ergometria-cicloergometro-bicicleta-ergometrica-lode-corival-recumbent

Método Paschoal (cicloergômetro): Protocolo contínuo de esforço, realizado em cicloergômetro, que tem por objetivo classificar a condição cardiorrespiratória durante a distância percorrida durante o tempo de 6 minutos. O banco deve estar a uma altura regulada de forma que o membro inferior, que está apoiado no degrau em posição mais baixa, apresente 5 a 10 graus de flexão do joelho. A velocidade mínima aceita para a execução do teste é de 60 rpm. Durante todo o teste a potência é fixada em zero. O paciente deve ser orientado a pedalar à maior velocidade que conseguir suportar durante todo o teste, deixando claro que ele deverá mantê-la por 6 minutos. O surgimento de leve dispnéia (até nível 12 na escala de Borg), não é um fator que prejudique sua execução e respectiva validade.Ao finalizar o tempo de 6 minutos, deverá ser anotada a distância percorrida e classificar a condição física do paciente de acordo com as categorias propostas. Esse teste permite avaliar se o paciente está apto a participar de um programa de reabilitação pulmonar e também propõe o programa de tratamento de acordo com os resultados do teste.

Teste de caminhada de 6 minutos: muito bem utilizado na medida do desempenho para exercícios em programas de reabilitação. Há todavia necessidade da padronização na metodologia, especialmente quanto ao tipo de intensidade de incentivo dado ao paciente durante sua realização. Estudos têm demonstrado o efeito do aprendizado em relação ao teste da caminhada, principalmente se repetidos em curto espaço de tempo (McGavin , Gripta , McHardy). Por outro lado, se o teste é realizado incentivando-se o paciente, o resultado pode ser melhor (American Thoracic Society). Pode-se utilizar as seguintes frases de incentivo padronizadas: “Você está indo bem”, “Continue fazendo um bom trabalho” , há ainda as frases de incentivo padronizadas que buscam sempre melhorar e não manter o desempenho do paciente, e o teste pode ainda acontecer com ou sem acompanhamento do paciente, passo a passo. Se o examinador for caminhar à frente do paciente ele deve ter a sensibilidade e a experiência para sentir o quanto o paciente consegue acompanhá-lo, para que não haja necessidade de parar para descansar Também são avaliados os mesmos parâmetros do teste incremental.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D

Alternativa que indico após analisar: D

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 57

57. São resultados de uma gasometria arterial: pH = 7,32; PaCO2 = 50 mmHg; HCO3 = 33mEq/mL. O paciente com a presente gasometria apresenta

(A) acidose metabólica.

(B) acidose respiratória.

(C) alcalose metabólica.

(D) alcalose respiratória.

(E) estado ácido-básico normal.

blood

Pelo Ph menor que 7,35, já temos uma acidose. Ficamos entre “A” e “B”.

Os parâmetros mais comumente avaliados na gasometria arterial são:

pH 7,35 a 7,45

pO2 (pressão parcial de oxigênio) 80 a 100 mmHg

pCO2 (pressão parcial de gás carbônico) 35 a 45 mmHg

HCO3 (necessário para o equilíbrio ácido-básico sanguíneo) 22 a 26 mEq/L

SaO2 Saturação de oxigênio (arterial) 92 A 98 %

Na acidose metabólica, a diminuição do HCO3 causa diminuição do PaO2, que não ocorre nesse caso.

Na acidose respiratória aguda, o PaCO2 está elevado acima do limite superior (acima de 6,3 kPa ou 47 mm Hg) com acidemia (pH <7,35).

Na acidose respiratória crônica, o PaCO2 está elevada acima do limite superior, com um pH sanguíneo normal (7,35 a 7,45) ou pH próximo ao normal secundário àcompensação renal e um bicarbonato sérico elevado (HCO3− >30 mm Hg).

Para acabar com as dúvidas:

Clique para acessar o Interpretacao-da-Gasometria.pdf

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B

Alternativa que indico após analisar: B

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 56

56. Os critérios para extubação relacionados à função pulmonar para capacidade vital, volume minuto exalado, complacência do sistema respiratório, frequência respiratória e índice de Tobin são:

(A)Capacidade vital >10 mL/kg de peso ideal; volume minuto exalado <10 L/min; complacência do sistema respiratório > 25 ml/cmH2O; frequência respiratória < 35 incursões por minuto e índice de Tobin < 105

(B)Capacidade vital <10 mL/kg de peso ideal; volume minuto exalado >10 L/min; complacência do sistema respiratório < a 25 ml/cmH2O; frequência respiratória = 35 incursões por minuto e índice de Tobin < 100.

(C)Capacidade vital entre 5 e 8 mL/kg de peso ideal; volume minuto exalado >2 L/min; complacência do sistema respiratório < 3 ml/cmH2O; frequência respiratória entre 10 e 20 incursões por minuto e índice de Tobin < 12.

(D)Capacidade vital = 4 mL/kg de peso ideal; volume minuto exalado = 3 L/min; complacência do sistema respiratório = 12 ml/cmH2O; frequência respiratória = 10 incursões por minuto e índice de Tobin > 105.

(E)Capacidade vital >35 mL/kg de peso ideal; volume minuto exalado <40 L/min; complacência do sistema respiratório > a 80 ml/cmH2O; frequência respiratória < 10 incursões por minuto e índice de Tobin < 155.

respira

Os parãmetros são úteis ao reforçarem a possibilidade do desmame, especialmente nos doentes em que reside a suspeita de desmame difícil (Tabela 1A).

As relações de troca gasosa que usam valores alveolares são úteis mas pouco utilizadas devido à falta de praticidade na resolução prévia de equações, além de não serem suficientemente sensíveis e específicas como preditores de sucesso na retirada do suporte (Tabela 2, Yang e Tobin), especialmente em pacientes graves, autorizando assim a utilização mais prática e também segura da saturação (SaO2) e a equação PaO2/FIO2 como parâmetros avaliativos das trocas gasosas.

O volume corrente (VC) caracteriza um parâmetro tão útil quanto prático, sua mensuração anterior e posteriormente a uma triagem do desmame ou extubação promove maior segurança a equipe na avaliação do desempenho muscular, além de ser um bom indicativo de circunstâncias predisponentes ao fracasso como estados de hipertermia, espaço morto aumentado ou elevação da impedância do sistema; a capacidade vital (CV), assim como o volume corrente, serve como reforço aos dados acima descritos, necessita, no entanto, de total colaboração do doente. Já o volume expiratório final forçado a um segundo (VEF1), a capacidade residual funcional (CRF) e a complacência não são largamente usadas sendo mais úteis em casos específicos em que estes valores podem estar reduzidos.

A pressão inspiratória máxima continua sendo largamente usada por sua capacidade preditiva do insucesso e da detecção precoce da fadiga muscular quando seu valor é inferior a -20 cmH2O.

O espaço morto seria útil como avaliativo de maior necessidade de desempenho muscular para vencê-lo, porém a obtenção de sua medida não é prática, sendo razoável o uso do volume corrente e volume minuto alterados como parâmetros de suspeita (Tabela 1B e 1D).

O PEEP intrínseco geralmente presente nos DPOCíticos rebaixa a cúpula diafragmática e aumenta grandemente o trabalho respiratório, a demanda de oxigênio e a demanda cardíaca, favorecendo a fadiga, seu cálculo também não é prático a menos que se disponha de aparelhos e monitores próprios, a oclusão da válvula expiratória ao final do mesmo ciclo é capaz de detectar a presença de PEEP intrínseco, mas apenas estima seu real valor, sendo útil somente para que medidas sanadoras do PEEP intrínseco sejam tomadas e seus altos valores não prejudiquem o processo de desmame.

O volume minuto é bastante útil na mesma proporção do volume corrente, sua mensuração é mais precisa quando calculada pelo volume corrente a cada minuto, a pressão de oclusão aos 100 milissegundos do início da inspiração (PO1) e a relação de freqüência respiratória pelo volume corrente ou índice de Tobin (f/VT) são dois novos índices, sendo este último bastante útil pela sua especificidade razoável e praticidade na aplicação (Tabela 2, Yang e Tobin). Se ao avaliar o f/VT, este se apresentar elevado, predizendo o insucesso e, se a suspeita residir em uma freqüência exacerbada pelo drive hiperestimulado, o cálculo da relação PO1/Pimáx com valores acima de 8% a 15% confirmariam a suspeita, reforçando a possibilidade de fracasso.

A resistência das vias aéreas seria útil quando usada em doentes com predisposição no controle do trabalho resistivo para que não imponha um trabalho total da respiração elevado.

A ventilação voluntária máxima caracteriza o parâmetro mais prático, pois não necessita de aparelhagem complexa para obtenção, quando há colaboração total do paciente sua mensuração é bastante útil na avaliação do desempenho diafragmático isoladamente. O PO1 tem sido proposto também na relação da PO1 estimulada pelo CO2/PO1 basal para detectar ou confirmar uma suspeita de drive insuficiente.

O trabalho respiratório = trabalho resistivo + trabalho elástico em valores acima do descrito por tempo prolongado leva quase que invariavelmente à fadiga; o índice de pressão pelo tempo (IPT), resultante de um aperfeiçoamento do trabalho respiratório, dá uma estimativa do gasto energético da musculatura, durante o trabalho mecânico funcionando como preditivo de fadiga da mesma maneira que o trabalho respiratório e, finalmente, o índice de complacência, freqüência respiratória, oxigenação e pressão inspiratória máxima (CROP) não é prático, mas quando disponível pode ser usado, preferivelmente após outros mais seguros.

Estes parâmetros têm validade para adultos e crianças acima de sete anos e seus valores podem variar devido à discordância existente entre autores (Carvalho et al).

desmametab1

Yang e Tobin estudaram prospectivamente cerca de 64 pacientes determinando a sensibilidade e especificidade dos índices preditivos à evolução da retirada do suporte mecânico citados anteriormente. A seleção dos índices foi determinada pelo seu sucesso e insucesso respectivamente na retirada do suporte avaliada em 36 pacientes anteriormente. Acompanhe os resultados na Tabela 2.

desmame

A respiração superficial (f/Vc) se mostrou o mais acurado com valores preditivos positivo e negativo, respectivamente, de 0,78 e 0,95, mas mesmo assim isoladamente não caracteriza um parâmetro seguro, além das baixas especificidades dos parâmetros, outra dificuldade reside no fato de que durante a rotina de trabalho se torna excessivamente demorado e muitas vezes impossível cálculos complexos, elegendo os parâmetros à beira de leito e aqueles cuja equipe mais tem intimidade os que deverão ser usados mais comumente, não descartando a possibilidade da exploração de métodos mais complexos para detecção de um problema interrogado e que possivelmente seja o causador de fracasso, não restando dúvidas que o que ditará os parâmetros, a serem avaliados, será a clínica atual e anterior do paciente.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A

Alternativa que indico após analisar: A

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 55

55. A relação PaO2/FiO2 é um índice de oxigenação muito utilizado durante a ventilação mecânica. Um paciente que apresenta gasometria arterial com os parâmetros PaO2 = 55 mmHg e FiO2 = 0,3 apresenta uma relação PaO2/FiO2 igual a

(A) 183,3 e a troca gasosa está normal.

(B) 16,5 e a troca gasosa está normal.

(C) 16,5 e a troca gasosa está alterada.

(D) 183,3 e a troca gasosa está alterada.

(E) 54,7 e a troca gasosa correlaciona-se com a fração Shunt.

calculo

O PaO2 é a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial e é geralmente medido em milímetros de mercúrio (mmHg ou Torr), através do teste chamado de análise de gás no sangue arterial (GSA). O PaO2 de 75 mmHg a 100 mmHg é considerado normal.

O FIO2 é a fração de oxigênio inspirado ou, simplesmente, a percentagem de oxigênio em uma mistura gasosa. Por exemplo, ar atmosférico possui FIO2 de 21%. Se um paciente necessita de ventilação mecânica, o FIO2 está normalmente entre 30% e 40%.

A relação PaO2/FlO2 é um índice para caracterizar a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), que envolve hipoxemia grave (teor de oxigênio insuficiente no sangue).

Como fazer o cálculo em 4 passos

1) Obtenha um valor PaO2 em mmHg em registros ou em outros lugares. Exemplo PaO2 = 92 mmHg. Nota: a determinação do PaO2 requer uma amostra de sangue arterial e de instrumentos de laboratório especiais, como analisadores de gases no sangue ou espectrofluorímetros.

2) Converta o valor FlO (%) para a forma decimal. FIO2 = FIO2 (%)/100%. Exemplo: FIO2 = 32%/100% = 0,32

3) Calcule a relação PaO2/FlO2, com os números da primeira e segunda etapa.

4) Compare a relação PaO2/FlO2 com os parâmetros de referência, sendo normal acima de 300mmHg. Parâmetros de relação Pao2/Fio2:
300 – valor normal

No caso apresentado fica assim:

1) Pa02 = 55mmHg

2) FiO2 = 0,3 (já está convertido, seria 30%)

3) 55/0,3 = 183,33
(dica: se tiver dificuldade com frações, tire a vírgula e o zero do “0,3”, e acrescente um zero após o 55. Desse jeito, fica 550/3, com o resultado sendo também 183,33. Se não conseguir fazer essa divisão(550/3), considere uma leve revisão nas operações matemáticas básicas, não é vergonha nenhuma, o que não se usa não se fixa mesmo).

4) O resultado está alterado: 183,33mmHg é lesão pulmonar grave.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D

Alternativa que indico após analisar: D

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 54

54. Os principais fatores que provocam a retinopatia da prematuridade são:

(A) vascularização incompleta da retina em crianças nascidas a termo e diminuição da PAO2. (pressão parcial de oxigênio no gás alveolar).

(B) vascularização incompleta da retina em crianças prétermo e aumento da PaO2.(pressão parcial de oxigênio no sangue arterial).

(C) vascularização incompleta da retina em crianças póstermo e diminuição da PaCO2.(pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial).

(D) vascularização incompleta da retina em crianças a termo e aumento da PACO2.(pressão parcial de dióxido de carbono no gás alveolar).

(E) vascularização incompleta da retina em crianças prétermo e aumento da ETCO2.(pressão parcial de dióxido de carbono expirado).

meninobinoculo

Pessoal, essa questão não é muito sobre fisioterapia, mas é algo que todo profissional de saúde que trabalha com neonatos deve saber. O nome da patologia já exclui todas as alternativas que citam pós-termo ou a termo, restando portando as alternativas “B” e “E”. Nesse ponto, é preciso saber mesmo e, na verdade, se esconde uma pegadinha muito sutil pois para quem nada sabe do assunto o excesso de oxigênio da alternativa “B” parece suspeito e induz o incauto a se aventurar na alternativa “E”. No entanto, a “B” é a alternativa correta.

A retinopatia da prematuridade é uma doença do desenvolvimento da vascularização da retina, que nos bebés que nascem prematuramente se encontra incompletamente desenvolvida. Esse desenvolvimento fora do ambiente uterino pode dar-se de forma anómala, levando a alterações capazes de destruir a estrutura do globo ocular e consequentemente à cegueira.

Quanto menor a idade de gestação e quanto menor o peso ao nascimento, maior o risco de aparecimento da doença, e potencialmente maior a sua gravidade. Estão em risco sobretudo todos os nascimentos com menos de 31 semanas de gestação e/ou com peso inferior a 1250 grs. O risco está também aumentado nos prematuros com maior instabilidade cardio-respiratória no período neo-natal.

As regras para a realização de um rastreio, vigilância e tratamento eficazes estão bem definidas internacionalmente: é obrigatória a observação e vigilância oftalmológica de todas as crianças que nasçam com menos de 32 semanas de gestação e/ou com menos de 1500 gramas.

Os níveis arteriais de oxigênio interferem na formação vascular retiniana do neonato. A terapia de suplementação com oxigênio, geralmente empregada em prematuros, expõe a retina à pressão arterial de oxigênio (PaO2 ) variando de 60 a 100 mmHg.

Normalmente, a vascularização retiniana se processa intra- útero sob baixas pressões de oxigênio – PaO2 igual a 30 mmHg. Numa primeira fase, a hiperóxia provoca obliteração dos vasos já formados e suprime a produção do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), comprometendo a angiogênese e causando hipóxia retiniana.

Num segundo momento, essa hipó- xia estimula um aumento do VEGF e, com isso, provoca uma neovascularização patológica. Ambas as alterações contribuem sobremaneira para o desenvolvimento da doença. O recebimento de transfusão sanguínea também expõe o prematuro ao desenvolvimento da doença. Alguns trabalhos atribuem esse risco às alterações hemodinâmicas durante a transfusão em bebês prematuros que têm volume sanguíneo reduzido.

Além disso, as hemácias adultas, devido a sua menor afinidade pelo oxigênio, poderiam causar toxicidade tecidual pela maior liberação desse elemento no tecido retiniano.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B

Alternativa que indico após analisar: B

Sobre investigação de fraudes em concursos

Havia comentado sobre um concurso que fiz recentemente e fiquei em segundo lugar.

Fiquei desconfiado não por ter ficado em segundo, concurso é assim mesmo, passa quem estuda mais e principalmente melhor. Só havia desconfiado por ter dado uma busca no nome da 1a colocada e descobrir que era parente de politico do município.

Enfim, talvez eu nem possa assumir, pois já sou concursado (com salário bem maior) e, apesar da carga horária de 20h, é provável que o tempo de deslocamento à outra cidade não me permita acumular os cargos.

Mas o caso é que recebi com alegria uma intimação do MP (Ministério Público) para depor, pois havia suspeita de fraude em alguns cargos. Essas coisas abrem uma ponta de esperança, já que quem se mata de estudar deve ter a certeza que ao menos o candidato que for melhor na prova vai passar.

Apesar disso, não é fácil provar a ocorrência de fraude em concurso. Os criminosos proprietários dessas bancas fraudulentas(fraudar concurso é crime!) tem muita experiência nisso.

Por isso é preciso que os candidatos que desconfiam de fraude se apresentem ao Ministério Público sem medo, eles estão ali do nosso lado, pessoas de bem. Informe todo acontecimento estranho, seja qual for, provas não lacradas, fiscais recebendo documentos fora do prazo do edital(para títulos) ou qualquer outra ocorrência suspeita na sala de provas. Pesquise grau de parentesco dos aprovados, as vezes botando o sobrenome no google dá pra descobrir algo.

É preciso fechar o cerco contra esses criminosos e nessa empreitada os candidatos são a maior força que o Ministério Público dispõe para poder provar e representar junto ao judiciário para que se anule o concurso e se puna os criminosos.

VUNESP – IAMSPE/SP 2009 – Questão 53

53. Algumas técnicas de reexpansão pulmonar são utilizadas pela fisioterapia para prevenir complicações respiratórias em pacientes acima de 65 anos. A técnica de reexpansão que consiste em inspirações nasais curtas e sucessivas até atingir alta porcentagem de capacidade inspiratória e da capacidade pulmonar total sem realizar apneia pós-inspiratória, executase a expiração pela boca até a capacidade residual funcional, é denominada exercícios respiratórios

(A) com expiração abreviada.

(B) com inspiração máxima sustentada.

(C) com suspiros inspiratórios.

(D) com inspiração fracionada.

(E) diafragmáticos.

nc3a3o-esquecer-de-respirar

A descrição da técnica deixa dúvida entre as alterntivas “C” e “D”. Mas é “C” que consta na literatura.
Deixo o fragmento de um artigo de 2014:

Os exercícios respiratórios são técnicas manuais frequentemente utilizadas na prática clínica. Eles podem influenciar o padrão respiratório e o movimento toracoabdominal, sendo capazes de priorizar um compartimento da parede torácica em relação ao outro e de modificar o grau de participação dos músculos respiratórios1.

Um dos exercícios respiratórios mais frequentemente estudado e utilizado na prática clínica é o exercício respiratório diafragmático. Ele objetiva melhorar a ventilação pulmonar, sobretudo nas zonas dependentes dos pulmões, por promover maior deslocamento do compartimento abdominal. Outros exercícios também fazem parte das intervenções utilizadas no cotidiano da fisioterapia respiratória. O exercício suspiros inspiratórios e o exercício inspiração máxima sustentada têm o objetivo de aumentar o volume pulmonar e melhorar a hematose, porém utilizando diferentes estratégias: inspirações sucessivas (suspiros inspiratórios) ou um esforço inspiratório máximo (inspiração máxima sustentada). Além desses, o exercício respiratório intercostal enfatiza a atividade dos músculos da caixa torácica (CT), promovendo maior deslocamento desse compartimento8 , 9. Os exercícios respiratórios suspiros inspiratórios e intercostal foram propostos por Cuello et al.

Os mecanismos envolvidos na execução desses exercícios respiratórios não foram completamente elucidados, principalmente em relação aos suspiros inspiratórios, inspiração máxima sustentada e intercostal. Visto que a literatura é escassa, os profissionais baseiam-se principalmente nos benefícios observados em sua aplicação ou nos mecanismos propostos pelos seus idealizadores. O entendimento de quais compartimentos da parede torácica são prioritariamente movimentados durante esses exercícios poderá contribuir para embasar a aplicação de um determinado exercício em condições que acometem diferentes regiões pulmonares.

http://www.mediafire.com/view/1e6e1ix1b9uhmrj/2014_exercicios_respiratorios.pdf

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C

Alternativa que indico após analisar: C